Departamento de Engenharia Elétrica
Considere-se o seguinte gerador ligado a uma linha que, por sua vez, está conectada à rede externa:
Incluindo o circuito equivalente do gerador síncrono:
Simplificando:
XT=X′d+XE
It=E′−EB∠−δjXT=E′−EB(cos(−δ)−jsen(−δ))jXT
It=E′−EB(cos(−δ)−jsen(−δ))jXT
S′t=E′I∗t
S′t=E′(E′−EB(cos(−δ)−jsen(−δ))jXT)∗
S′t=E′(E′−EB(cos(−δ)−jsen(−δ))jXT)∗
S′t=E′EBsenδXT+jE′(E′−EBcosδ)XT
Pe=Re{S′t}
Pe=E′EBsenδXT
Potência máxima fornecida pelo gerador:
Pe,max=E′EBXT
Representação gráfica:
Resposta à mudança na potência mecânica:
Equações de Movimento ou Swing:
p(Δωr)=12H(Tm−Te−KDΔωr)
p(δ)=ω0Δωr
sendo:
p: Operador diferencial p=d/dt.
Δωr: Variação da velocidade.
ω0: Velocidade do rotor.
Tm: Torque mecânico no rotor.
KD e H: Coeficiente de torque de amortecimento e costante de inércia.
p(Δωr)=12H(Tm−Te−KDΔωr)
p(δ)=ω0Δωr
Substituindo a segunda equação de movimento na primeira:
2p2(δ)=ω0H(Pm−Pe)
Aplicado p δ em ambos lados da equação:
p δ 2p2(δ)=ω0H(Pm−Pe) p δ
2p(p δ)2=ω0H(Pm−Pe)p δ
Integrando em ambos lados:
(d δd t)2=∫ω0H(Pm−Pe)d δ
(d δd t)2=∫ω0H(Pm−Pe)d δ
Para que exista estabilidade, a área total entre os limites δ0 e δmax deve ser zero. Assim, tem-se que:
∫δmaxδ0ω0H(Pm−Pe)d δ=0
∫δmaxδ0ω0H(Pm−Pe)d δ=0
Considere-se a máquina operando no ponto de equilíbrio δ0, correspondente à potência mecânica Pm,0=Pe,0.
Considere-se agora um súbito incremento na entrada de potência, representada por Pm,1.
Como Pm,1>Pe,0, a potência acelerante no rotor é positiva e o ângulo δ aumenta.
A energia armazenada no rotor durante esta aceleração é A1.
∫δmaxδ0ω0H(Pm−Pe)d δ=0
Com o aumento em δ, a potência elétrica também aumenta, e, quando δ=δ1, a potência elétrica alcança seu novo ponto Pm,1. Embora a potência acelerante neste ponto seja zero, o rotor está girando acima da velocidade síncrona, já que δ e Pe continuaram a aumentar.
Agora Pm,1<Pe, o que causa que o rotor desacelere em direção à velocidade síncrona até que δ=δmax.
∫δmaxδ0ω0H(Pm−Pe)d δ=0
A energia cedida pelo rotor quando desacelera em direção à velocidade síncrona é A2.
O resultado é que o rotor oscila em torno da velocidade correspondente ao ângulo δ1 fazendo com que A1=A2.
O amortecimento da máquina fará com que o rotor oscile entre δ0 e δmax até se estabilizar no novo ponto de equilíbrio δ1.
Definição das áreas A1 e A2:
A1=∫δ1δ0(Pm−Pe)d δ A2=∫δmaxδ1(Pe−Pm)d δ
A1=∫δ1δ0(Pm−Pe)d δ A2=∫δmaxδ1(Pe−Pm)d δ
Assim, o gerador permanecerá ESTÁVEL se A1≤A2
Assumindo um curto-circuito na linha 2 do seguinte sistema:
O sistema de proteção isolará a linha em curto:
Caso 1: O sistema volta à estabilidade.
Caso 2: O sistema não volta à estabilidade.
Assuma-se agora um curto-circuito trifásico temporário no extremo emissor da linha 2:
Quando o curto-circuito é no extremo emissor da linha, não há potência transmitida ao barramento infinito. Como a resistência da linha está sendo desconsiderada, então a potência elétrica Pe é zero.
Como Pe é zero, então a curva corresponde ao eixo horizontal.
A máquina acelera com potência de entrada total como potência acelerante, aumentando assim sua velocidade, armazenando energia e aumentando seu ângulo δ.
Quando a falta é esclarecida, é assumido que ambas linhas permanecem intactas.
A falta é esclarecida em δ1 o que muda a operação da máquina ao ponto correspondente a e.
Nesse instante, a potência da rede está desacelerando e a energia, previamente armazenada, é reduzida a zero no ponto f, quando a área A2 iguala a área A1.
Como Pe é ainda maior que Pm, o rotor continua a desacelerar e o ângulo δ pasa de novo pelo ponto e.
O ângulo do rotor então oscila voltando ao valor original de δ0, na sua frequência natural.
O ângulo crítico é alcançado quando qualquer incremento adicional em δ1 causa que a área A2 (energia desacelerante) seja menor que a área A1 (energia acelerante).
Isto acontece quando δmax, ou ponto f, está na interseção entre a linha Pm e a curva, como mostrado na figura anterior.
Aplicando o critério das áreas iguais (com Pe=0) para determinar o ângulo crítico, tem-se que:
A1=∫δcδ0Pm d δ=A2=∫δmaxδc(Pmaxsenδ−Pm)d δ
A1=∫δcδ0Pm d δ=A2=∫δmaxδc(Pmaxsenδ−Pm)d δ
Integrando ambos lados, tem-se que:
Pm(δc−δ0)=Pmax(cosδc−cosδmax)−Pm(δmax−δc)
Pm(δc−δ0)=Pmax(cosδc−cosδmax)−Pm(δmax−δc)
Resolvendo para δc, tem-se que:
cosδc=PmPmax(δmax−δ0)+cosδmax
A aplicação do critério das áreas iguais faz possível determinar o ângulo δc no qual a máquina permanece estável; porém, o correspondente tempo crítico deve ser determinado resolvendo o sistema de equações não lineares (equações de movimento).
Para este caso particular, em que a potência elétrica durante a falta é zero (Pe=0), pode ser obtida uma solução analítica para determinar o tempo crítico tc.
Das equações de movimento, e com Pe=0, tem-se que:
Hπf0p2(δ)=Pm
ou:
Hπf0d2δdt2=Pm
Hπf0d2δdt2=Pm
Integrando ambos lados, tem-se que:
dδdt=πf0HPm∫0tdt=πf0HPmt
dδdt=πf0HPm∫0tdt=πf0HPmt
Integrando, de novo, tem-se que:
δ=πf02HPmt2+δ0
δ=πf02HPmt2+δ0
Assim, se o ângulo crítico é δc, então o correspondente tempo crítico, tc, é:
tc=√2H(δc−δ0)πf0Pm
Assuma-se agora que o curto-circuito trifásico temporário se apresenta, de novo na linha 2, mas a igual distância dos dois extremos da linha:
Quando o curto-circuito é nesse ponto da da linha, a reatância equivalente entre as barras diminui a capacidade de transferência de potência.
Quando a falta trifásica ocorre, o ponto de operação da máquina muda imediatamente para o ponto b da curva B.
O excesso da potência mecânica de entrada sobre a potência elétrica de saída, acelera o rotor, armazenando-se energia, e o ângulo δ aumenta.
Assumindo que a falta é removida em δ1 isolando a linha em falta (linha 2), o ponto de operação da máquina então muda para e, na curva C.
A potência da rede está nesse momento desacelerando e a energia, previamente armazenada, é reduzida a zero no ponto f, quando a área A2 igual a área A1.
Como Pe é ainda maior que Pm, então o rotor continua desacelerando passando, de novo, pelo ponto e.
O ângulo do rotor oscilará então em torno do ponto e até alcançar um novo ponto de operação estabelecido pela interseção de Pm e a curva C (em δ1).
O ângulo crítico é alcançado quando qualquer incremento adicional de δ1 causa que a área A2 (energia desacelerante) seja menor que a área A1 (área acelerante).
Isto acontece quando δmax , ou ponto f, está na interseção da linha Pm com a curva C.
Aplicando o critério das áreas iguais para determinar o ângulo crítico, tem-se que:
Pm(δc−δ0)−∫δcδ0P2,maxsenδ d δ=∫δmaxδcP3,maxsenδ d δ−Pm(δmax−δc)
Pm(δc−δ0)−∫δcδ0P2,maxsenδ d δ=∫δmaxδcP3,maxsenδ d δ−Pm(δmax−δc)
Integrando ambos lados e resolvenco para δc, tem-se que:
cosδc=Pm(δmax−δ0)+P3,maxcosδmax−P2,maxcosδ0P3,max−P2,max
Resumo - aplicação de um curto-circuito trifásico no extremo emissor:
cosδc=PmPmax(δmax−δ0)+ cosδmax
tc=√2H(δc−δ0)πf0Pm
Resumo - aplicação de um curto-circuito trifásico no meio da linha:
cosδc= Pm(δmax−δ0)+P3,maxcosδmax−P2,maxcosδ0P3,max−P2,max
Um gerador de indução de 60 Hz com constante de inércia H= 5 MJ/MVA está conectado a um barramento infinito através de um circuito puramente reativo, como mostrado na figura a seguir:
O gerador está fornecendo potência ativa Pe=0,8 pu e potência reativa Q=0,074 pu ao barramento infinito a uma tensão V= 1 pu.
O fluxo de corrente no barramento infinito é:
I=S∗V∗=0,8−j0,0741,0∠0∘=0,8−j0,074 pu
A reatância de transferência entre a tensão interna do gerador e o barramento infinito antes da falta é:
X1=0,3+0,2+0,32=0,65 pu
A tensão interna transitória é:
E′=V+jX1I=1,0+j0,65(0,8−j0,074)=1,17∠26,387∘ pu
(a) Uma falta temporária ocorre no extremo emissor da linha, no ponto F. Quando a falta é retirada, ambas linhas permanecem intactas. Determinar o ângulo e tempo críticos.
Como as duas linhas permanecem intactas quado a falta é retirada, então a equação do ângulo do rotor é:
Pmaxsenδ=|E′||V|X1senδ=(1,17)(1,0)0,65senδ=1,8senδ
O ângulo de operação inicial então é dado por:
1,8senδ0=Pe=0,8
ou:
δ0=26,388∘=0,46055 rad
Usando a figura acima para determinar δmax, tem-se que:
δmax=180∘−δ0=153,612∘=2,681 rad
Como a falta é no começo da linha de transmissão, então a potência transferida durante a falta é zero e o ângulo crítico é dado por:
cosδc=PmPmax(δmax−δ0)+cosδmax =0,81,8(2,681−0,46055)+cos153,61∘=0,09106
cosδc=PmPmax(δmax−δ0)+cosδmax =0,81,8(2,681−0,46055)+cos153,61∘=0,09106
Assim, o ângulo crítico é:
δc=cos−1(0,09106)=84,775∘=1,48 rad
O tempo crítico é dado por:
tc=√2H(δc−δ0)πf0Pm=√(2)(5)(1,48−0,46055)π(60)(0,8)=0,26 s
(b) Uma falta ocorre no meio da linha, no ponto F. Quando a falta é retirada, a linha em falta é isolada. Determinar o ângulo crítico.
A curva de potência, antes da falta, é igual à curva do caso anterior. Assim:
P1,max=1,8senδ
De maneira similar, o gerador está operando ao ângulo inicial δ0=26,388∘=0,46055 rad.
A falta ocorre no ponto F, no meio de uma linha, resultando no circuito mostrado na figura a seguir:
A reatância de transferência durante a falta, pode ser determinada de forma mais precisa convertendo o circuito Y ABCF em seu equivalente Δ, eliminando o ponto C. Assim, o circuito resultante com X2=(0,5)(0,3)+(0,5)(0,15)+(0,3)+(0,15)0,15=1,8 pu é o seguinte:
A curva da potência elétrica, durante a falta, é definida por:
P2,maxsenδ=(1,17)(1,0)1,8senδ=0,65senδ
Quando a falta é retirada, a linha em falta é isolada. Portanto, a reatância de transferência pós-falta é:
X3=0,3+0,2+0,3=0,8 pu
e a curva da potência elétrica é definida por:
P3,maxsenδ=(1,17)(1,0)0,8senδ=1,4625senδ
Usando a figura acima para determinar δmax, tem-se que:
δmax=180∘−sen−1(0,81,4625)=146,838∘=2,5628 rad
Aplicando a expressão para o cálculo do ângulo crítico, tem-se que:
cosδc=Pm(δmax−δ0)+P3,maxcosδmax−P2,maxcosδ0P3,max−P2,max =0,8(2,5628−0,46055)+1,4625cos146,838∘−0,65cos26,388∘1,4625−0,65=−0,15356
Assim, o ângulo crítico é:
δc=cos−1(−0,15356)=98,834∘ rad
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