Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Departamento de Engenharia Elétrica

Prof. Augusto César Rueda Medina / CT-XI, Sala 27 / augusto.rueda@ufes.br
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Unidade 3

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Além de resolver os subsistemas 1 e 2, o cálculo de fluxo de potência deve também:

  • Incluir a atuação dos dispositivos de controle.
  • Levar em conta os limites de operação dos equipamentos.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Controles mais comuns:

  • Controle da magnitude de tensão nas barras (locais ou remotas) através da injeção de reativos.
  • Controle da magnitude de tensão nas barras (locais ou remotas) por ajuste da posição de taps de transformadores em fase.
  • Controle de fluxo de potência ativa em transformadores defasadores.
  • Controle de intercâmbio de potência entre áreas.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Limites de operação mais comuns:

  • Limite de injeção de potência reativa nas barras tipo $\small PV$.
  • Limite de magnitude de tensão nas barras tipo $\small PQ$.
  • Limite de posição de tap em transformadores.
  • Controle de intercâmbio de potência entre áreas.

Fluxo de Potência - Controles e Limites - Exemplo 3.4.1

Considere que a magnitude da tensão em uma barra de carga seja controlada pela posição do tap de um transformador.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Modos de representação de controles e limites:

  • Classificação por tipo de barra (ajuste alternado):
    • Os dispositivos de controle são mantidos fixos durante a iteração.
    • As variáveis de controle são ajustadas entre duas iterações consecutivas de modo a fazer com que as variáveis controladas estejam dentro do intervalo de valores especificados.
    • Os ajustes das variáveis de controle, realizados entre duas iterações do processo de resolução do Subsistema 1, são dados por:

      $\small \Delta u = \alpha \times \Delta z = \alpha \left({ z^{esp} - z^{cal} }\right) $

      Em que:

      $\small \Delta u$: Correção na variável de controle $\small u$.

      $\small \Delta z$: Diferença entre os valores especificado, $\small z^{esp}$, e calculado, $\small z^{cal}$, da variável controlada.

      $\small \alpha$: Relação de sensibilidade entre a variável de controle ($\small u$) e a controlada ($\small z$).

    • O valor de $\small \alpha$ pode ser calculado (análise de sensibilidade) ou arbitrado (valor empı́rico).
    • Em geral, o valor de $\small \alpha$ é arbitrado. Cálculos para a obtenção de $\small \alpha$ são trabalhosos e tornam o processo de solução mais lento.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Esquema geral de ajuste alternado das variáveis de controle:

  • Passo 1: Definir os valores iniciais das variáveis de controle $\small u^{(0)}$.
  • Passo 2: Obter uma solução para o Subsistema 1 (estado da rede).
  • Passo 3: Determinar os valores atuais das variáveis controladas $\small z^{cal}$.
  • Passo 4: Se os erros $\small \Delta z$ forem menores que as tolerâncias especificadas, entao não serão necessárias ações de controle $\rightarrow$ Voltar ao Passo 2; caso contrário, continuar.
  • Passo 5: Determinar os novos valores das variáveis de controle:

    $\small u^{novo} = u^{antigo} + \alpha \Delta z $

  • Passo 6: Voltar ao Passo 2

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Consequências da introdução de controles e limites:

  • controles e limites afetam consideravelmente o desempenho de convergência do Subsistema 1: Quanto maior for o número de controles e limites, maior será essa influência.
  • A convergência fica mais lenta: A inclusão de controles e limites resulta, em geral, em um aumento do número de iterações.
  • A interferência entre controles (principalmente entre aqueles eletricamente próximos) pode levar à não-convergência.
  • O processo de ajustes (controles e limites) deve ser iniciado após o processo já estar próximo de uma solução. Evita-se comparar valores especificados com valores calculados que ainda estão muito longe de serem valores realistas.
  • Ajustes muito pequenos $\rightarrow$ convergência lenta.
  • Ajustes muito grandes $\rightarrow$ convergência lenta ou divergência.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Para uma barra $\small k$ do tipo $\small PV$:

$\small V_k = V_k^{esp}$

$\small Q_k^{Min} \leq Q_k^{cal} \leq Q_k^{Max}$

A tensão na barra deve ser mantida constante em $\small V_k^{esp}$.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Considere uma certa barra $\small k$ do tipo $\small PV$ para a qual se realiza o controle de geração de potência reativa:

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Ao longo do processo iterativo, a injeção de reativos na barra $\small k$ aumenta para manter a tensão $\small V_k$ no valor especificado.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Em uma certa iteração o limite $\small Q_k^{max}$ é violado ($\small Q_k^{cal} > Q_k^{max}$).

Fluxo de Potência - Controles e Limites

A partir daı́, não há o suporte de reativos necessário na barra $\small k$ para manter a tensão em $V_k^{esp}$.

Deve-se então especificar uma potência reativa para a nova barra $\small PQ \rightarrow Q_k^{esp} = Q_k^{max}$ (potência especificada igual ao limite violado).

Nas iterações seguintes, deve-se verificar a possibilidade da barra $\small k$ voltar ao seu tipo original ($\small PV$) através da verificação do valor de $V_k^{cal}$.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Se $\small V_k^{cal} < V_k^{esp}$, a barra $\small k$ deve continuar como $\small PQ$, pois um aumento de $\small V_k$ só é possı́vel aumentando $\small Q_k$, que já está no limite máximo.

Se $\small V_k^{cal} \geq V_k^{esp}$, a barra $\small k$ pode voltar a ser $\small PV$, pois a tensão subiu acima do especificado, indicando que há uma folga de reativos. Para diminuir $\small V_k$, basta diminuir $\small Q_k$, o que de fato é possı́vel. A barra $\small k$ volta a ser $\small PV$, com $\small V_k = V_k^{esp}$ e a potência reativa $\small Q_k$ fica novamente liberada para variar.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Para uma barra $\small k$ do tipo $\small PQ$:

$\small Q_k = Q_k^{esp}$

$\small V_k^{Min} \leq V_k^{cal} \leq V_k^{Max}$

A potência reativa na barra deve ser mantida constante em $\small Q_k^{esp}$.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Considere uma certa barra $\small k$ do tipo $\small PQ$ para a qual se realiza o controle de tensao:

Fluxo de Potência - Controles e Limites

A tensão na barra $\small k$ é calculada a cada iteração do processo de resolução do Subsistema 1. Ao longo do processo iterativo a magnitude da tensão na barra $\small k$ cai.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Em uma certa iteração o limite $\small V_k^{min}$ é violado ($\small V_k^{cal} < V_k^{min}$).

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Neste caso, a barra $\small k$ é redefinida, passando de $\small PQ$ para $\small PV$.

Deve-se então especificar uma tensão fixa para a nova barra $\small PV \rightarrow V_k^{esp} = V_k^{min}$ (tensão especificada igual ao limite violado).

Nas iterações seguintes, deve-se verificar a possibilidade da barra $\small k$ voltar ao seu tipo original ($\small PQ$) através da verificação do valor de $Q_k^{cal}$.

Fluxo de Potência - Controles e Limites

Se $\small Q_k^{cal} > Q_k^{esp}$, a barra $\small k$ deve continuar como $\small PV$, pois é preciso mais potência reativa para manter a tensão no seu valor mı́nimo.

Se $\small Q_k^{cal} \leq Q_k^{esp}$, a barra $\small k$ pode voltar a ser $\small PQ$, pois existe falta de reativos. Voltando a ser $\small PQ$, tem-se que $\small Q_k = Q_k^{esp}$ e a tensão tenderá a aumentar, voltando a respeitar a faixa definida.

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